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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Flor do cardo

Anderson Braga Horta.




Caminhei sem descanso – o passo tardo,
o olhar vazio, amargurado, incerto –
através da existência, este deserto,
cujo extremo horizonte ansioso aguardo.
Bem vi nascer e florescer por perto
de minha sombra, como a flor do cardo,
amor de afiadas garras de leopardo
mas de sereno céu no peito aberto.
E, no entanto, parti. Neste saara,
ontem, vi-a de novo, e tão selvagem,
tão fresca e natural quanto a deixara!…
E empós dela voei! Ah! comovido,
solitário me entrego a uma miragem,
abraçado no pó… areia… olvido…

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