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terça-feira, 15 de agosto de 2017

Dunkirk, a retirada

Ivar Hartmann

Desde a Segunda Guerra, quando o cinema passou a ser um instrumento fundamental da propagada de guerra, os americanos se especializaram em transformar-se em grandes heróis. Seus inimigos são sempre bestas ignorantes e covardes. Filme dos Estados Unidos é um soldado ou pelotão, matando dezenas de inimigos. Daí porque um palhaço como o Trump é apenas a face visível de um sentimento nacional. O filme em cartaz, Dunkirk, propaganda inglesa, retrata uma meia verdade. A que mais agrada aos anglos. Erich Hartmann, piloto nazista da Segunda Guerra, que, se não foi meu parente, o considero como tal, foi o maior piloto de guerra, de qualquer nação, em qualquer tempo. Derrubou 352 aviões inimigos em 825 combates aéreos. Um recorde que ninguém mais alcançará. Terminada a guerra foi piloto da Alemanha Ocidental e trabalhou nos Estados Unidos. Von Braun, cientista alemão, foi o inventor da V2, a terrível bomba nazista que matava inocentes em Londres durante a Segunda Guerra. Terminada a guerra foi empregado pelos Estados Unidos para chefe do Programa Espacial americano. Onde quero chegar? Que a propaganda de soldados e oficiais nazistas monstros, é a generalização das mentes doentias das lideranças do Führer que não alcançavam todos os oficiais.
No filme, os ingleses buscavam salvar mais de 300 mil soldados, principalmente ingleses, presos em um bolsão de praia, em maio de l940, na fronteira franco-belga. As tropas panzer alemãs, chefiadas por Von Rommel e Guderian, tinham avançado rapidamente derrotando franceses e ingleses, encurralando-os na praia. Na versão do filme a chefia inglesa consegue o prodígio de libertar pelo mar estes soldados. Na versão verdadeira, Hitler ainda tentava uma paz em separado com a Inglaterra e mandou suas tropas que tinham avançado de vitória em vitória destruindo os adversários, atemorizando-os e deixando sem possibilidade nenhuma de revidar, de pararem antes de Dunquerque, sem liquidar com os fugitivos, algo não muito difícil. Von Rommel queria atacar sob o argumento que aquelas tropas eram profissionais, as melhores dos aliados, não poderiam ser deixadas livres e deveriam ser aprisionadas. Seus argumentos não foram aceitos pelo Alto Comando dominado por Hitler. Assim, foi possível a evacuação, e não como querem os ingleses no filme. Menos de cinco anos depois, ficou provado que Von Rommel tinha razão.
ivar4hartmann@gmail.com

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